Fragmentos do Diário de Lord British

É chegada minha hora de partir, creio que não retornarei da batalha, mas devo guiar meus cavaleiros nesse dia, pois nunca o mal esteve tão perto de triunfar.

Tudo começou a muito tempo, quando um velho Mago, mestre do templo desde quando meu pai era vivo, tentou usurpar meu trono. Mondaim era seu nome. Sendo o mais poderoso de todos os encantadores e mestres de magias de Sosaria, Mondaim construiu a gema da imortalidade e de posse de tal preciosidade organizou uma revolta. Aprisionado, contei com a ajuda de um jovem cavaleiro, seu nome era Seggallion, este jovem libertou-me utilizando o poderoso Cetro feito por Altara a Cega. De posse de tal Cetro, que continha o poder do Guardião da Gema Negra, juntos seguimos ao encontro de Mondaim. A gema da imortalidade foi destruída e Mondaim caiu morto aos pés de Seggallion. O povo se rebelou contra os três generais de Mondaim, que se refugiaram nas florestas com suas tropas.
Era preciso reconstruir o poder mágico do reino e nomeie o jovem Eldritch como senhor das magias. Talentoso o jovem logo evoluiu seu poder, criou a Escola da Magia e a Biblioteca Mágica. Seus avanços e contribuições para Sosaria eram enormes.

Nesse meio tempo, Minax, herdeira de Mondaim e a primeira de seus generais, reuniu um exercito de bestas e atacou nossas cidades. Com o poder de abrir portais negros, Minax trazia criaturas do mal e as soltavam no nosso povo. Seu objetivo era claro, vingar a morte de Mondaim. Ainda bem que do nosso lado contávamos com Eldritch e Seggallion, nomeado Comandante em Chefe dos Cavaleiros. O mago confeccionou para Seggallion o Blue Tasul, um medalhão mágico que deixava o guerreiro invisível. Seggallion novamente demonstrando sua coragem adentrou sozinho o castelo de Minax e em duelo derrotou-a, enquanto um descendente dos Lords de Cove chamado Blackthorn, atacou as tropas fora do castelo e destruiu os portais negros.

Mais alguns anos se passaram até que o segundo general de Mondaim apresentou-se para a batalha. Este era uma das próprias criaturas malignas, de uma raça desconhecida por nós. Com táticas diferentes de seus antecessores, Exodus não rumou para as cidades, mas sim ao campo, destruindo plantações e aprisionado os ruralistas. Nessa ocasião conheci outro valente guerreiro, Lord Dupre que juntamente com Seggallion partiu para as terras de Trinsic, barrando o avanço do inimigo. Eu e Sir Blackthorn, então chefe de minha guarda pessoal rumamos com um pequeno exercito para Embassy Abey, cercada pelo inimigo Blackthorn, tinha em seu poder uma arma valiosa a Korghim´s Fang, uma poderosa adaga da terra de Pagan, diziam que tal arma pertenceu ao Titan de Ether, e fora encontrada por ele quando criança. No duelo com Exodus, eu cai ferido, porém a criatura parou diante de mim e riu, foi o necessário para Blackthorn desferir-lhe um golpe com sua arma mágica, matando-a e derramando seu sangue negro pela terra. Por um momento pensei que Blackthorn titubeou em salvar-me. Mas com o golpe fatal vi que ele era um nobre cavaleiro. O futuro mostraria que eu estava errado. De Trinsic Dupre e Seggallion também voltaram vitoriosos. Ferido permaneci por dias. Em sono profundo o tempo passou e não me recuperava. Blackthorn de alguma forma impediu que Seggallion e Dupre se aproximassem de mim e quando percebi estava prisioneiro do Capitão da Guarda. Blackthorn se intitulou Lord e governou Britain fazendo-os crer que eu o nomeara Regente. Forjado o medalhão da Sociedade, Blackthorn conseguiu a paz com as demais cidades do continente. Porém Blackthorn tomado pelo poder obscuro que vislumbrou em Exodus emboscou muitos guerreiros de minha confiança e alegando ser necessário conhecer e controlar o poder dos inimigos, determinou a Eldritch que desenvolvesse a magia negra. Blackthorn apoderou-se desse poder em pouco tempo. Enquanto a minha pessoa, Blackthorn mantinha-me em sono profundo utilizando porções feitas com o sangue de Exodus. E a lei marcial reinava em Sosaria.

A situação era inalterada, meus confiáveis seguidores estavam enganados quanto à minha real situação. Porém, Altava a Cega teve uma premonição que chegou ao conhecimento de Blackthorn. Ela teve uma visão do ultimo General de Mondaim, comandando um exército de povos bárbaros e criaturas hostis ele destruía tudo por onde passava e matava o Rei de Britain. Blackthorn temendo as visões de Altara libertou-me de meu sono, mediante um pacto firmado com Dupre e Seggallion. Reassumi o trono, porém Blackthorn tratou de construir para si um Castelo, assim como treinar seu próprio exército de seguidores. Blackthorn passou a ser um aliado de ocasião, porém sabia o quanto ele desejava trair-me novamente.

De volta à vida e mediante a eminente ameaça do ultimo general , consegui finalmente unificar todos os reinos do continente e das ilhas. Em comum acordo com os Lords das cidades mudei o nome de Sosaria para Britania. Dentre os maiores cidadãos de Britania escolhemos e proclamamos os Campeões das Virtudes, defensores das oito virtudes sagradas que representam a vida em Britania. O mestre mago, Eldricht, juntamente com seus seguidores forjaram diversos itens representando o poder das virtudes. Cada Campeão de Virtude adotou uma cidade para proteger, ali se estabelecendo e treinando valorosos voluntários. Cada Campeão desenvolveu sua virtude ao máximo e muitos itens poderosos foram confeccionados para aumentar seus poderes.

Dessa forma o reino passou a ter 10 exércitos; um para cada Virtude, um a comando direto do Rei e um a comando de Lord Blackthorn, que apesar de tudo adquiriu seguidores fiéis.

Julgávamos que assim seríamos imbatíveis e que o décimo primeiro exército a pisar em Britania seria facilmente derrotado e cairia o último General de Mondaim,
Lord Pildar, o último General de Mondaim, surgiu com um exercito numeroso. Seggallion com sua imbatível coragem e valor foi o primeiro a medir forças com o inimigo. Poderosos os guerreiros de Valor levaram Lord Pildar a retirar-se do campo de batalha. Porém alguma coisa aconteceu, em alguns dias Lord Pildar retornou e seu exército lutava como se soubesse da certeza da vitória. Seggallion novamente foi em seu encontro. Esta foi a ultima vez que Seggallion levantou sua espada, pois duelou com uma criatura jamais vista em toda Britania, tendo a criatura desferido-lhe um golpe mortal, Seggallion morreu empunhando a espada, desta vez banhada com seu próprio sangue. O nome da criatura ninguém sabe. O que sabemos é que todos os exércitos estão caindo diante de seu poder negro.

O exercito de Pildar esta às portas de Trinsic e para lá devo partir, pois Trinsic é a última fortaleza antes de Britain. Chegou a meu conhecimento que Lyceun Love e Empath Abey foram ocupadas pelo inimigo na noite passada e temo que o Candle of Love tenha caído em suas mãos. Sem dúvida Lord Pildar liberou algum mal a muito esquecido e diante disto seguirei com meu aliado nada confiável, Lord Blackthorn, pois seu exército é numeroso e seus seguidores exímios guerreiros.

Amanhã partiremos para a batalha e peço aos deuses que consigamos voltar vitoriosos. Levo em meu pescoço o Talismã do Infinito, forjado na Forge da Virtude em Fire Isle durante a era do alinhamento espero que seja útil contra a criatura.

Antes de partir devo nomear um conselho para governar Britania caso eu não retorne, apenas uma precaução caso Blackthorn retorne vivo e tente reassumir o poder.

Espero encontrar Tristan o Rei dos Thieves, apesar de ser procurado por seus crimes, seus homens poderão ser úteis na batalha.

Tenho a sensação que coloco pela ultima vez minha armadura, meu elmo e minha espada sagrada. Mas se as visões de Altara devem acontecer realmente, que assim seja, que o Rei pereça ao lado de seus homens e assim viveremos para sempre como todos os bravos cavaleiros vivem.

Carta de Lord Blackthorn para os seus homens
Nesse dia a alegria e decepção reinam juntas. Alegria porque finalmente o caos ou algo parecido com isso reina sobre a ordem. E decepção porque infelizmente não sou eu o propagador do caos, se é que podemos chamar aquilo de caos; O caos visa conquistar tudo, aquilo só visa à destruição pura e simples. Iremos para os campos de batalha de Trinsic onde o exército de Pildar derrotou Seggallion. Seremos a força de ataque aos flancos, enquanto os homens do Rei atacarão o coração do exército inimigo. A criatura estará lá e mais que nunca as velhas escrituras deixadas por Mondaim estavam certas. Nós lutaremos uma guerra que não pode ser ganha por armas comuns. Mas não temeis homens, pois eu, seu adorável Lord, já tenho um plano para derrotá-la e ainda retornar a Britain para reassumir o trono real. Lord British morrerá, assim diz a profetiza, e de posse do Jarro de Heimdall aprisionarei a criatura e assim forçarei o conselho de Britain a declarar-me o novo rei. Partiremos em duas horas para a batalha que nos dará o poder supremo.

Carta de Eldritch para Lord Britsh
Meu senhor, a muito nós dedicamos nossas vidas a arte das magias como bem sabe. Estamos diante do maior perigo que nosso mundo já vislumbrou e acho que sei o que aconteceu. Há alguns anos recebi um jovem vindo de Serpent Hold para ser treinado nas nossas artes mágicas. Ele demonstrou ser talentoso e poderoso, seu nome é Batlin. Ele dedicou-se como jamais ninguém conseguiu. Como sabes meus alunos treinam não em salas de aulas, mas na própria natureza, aprendendo desde cedo a domá-la. Pois bem, este jovem passou por todos os treinamentos e conseguiu explorar sozinho a caverna de Destart e a própria Cidade dos Mortos. Diante de sua sede de conhecimento achei que finalmente encontrara meu sucessor e passei a ensinar-lhe todos os segredos da magia, até os mais íntimos segredos e a confecção de itens poderosíssimos. O maior desafio de um mago é enfrentar o infinito conhecimento da Esfinge. Nem mesmo eu consegui em todos esses anos responder todas suas charadas. O jovem Batlin com minha permissão foi de encontro à Esfinge e três dias depois enquanto meditava senti um poder surgir no mundo. Não sabia o que seria, nem de onde vinha, mas posso até hoje sentir sua presença maligna em nossas terras. Meu senhor, o jovem Batlin não retornou do desafio da esfinge e hoje acredito que tenha sido ele quem libertou a criatura que nos assombra, aquela que não sabemos o nome e que fez tombar o nosso mais valoroso guerreiro, Seggallion. Estou seguindo hoje para encontrar a Esfinge e não retornarei enquanto não conseguir decifrar esse enigma e peço a vossa majestade que espere por meu retorno. Tenho fé que trarei resposta e conhecimento para fabricar a arma que destruirá a criatura maligna.

Carta de Batlin para Lord Pildar
Meu senhor, conforme sua determinação consegui infiltrar-me na Escola de Magos. Bem sabes que sou poderoso e estou progredindo muito rapidamente. O professor Eldritch não suspeita de nada, inclusive me trata como se fosse seu filho. Há três dias atrás ele permitiu que eu desafiasse a Esfinge e de posse dos manuscritos de Mondaim que relata sobre o antigo deus cenobita acabei de responder sua última pergunta. Como prêmio adquiri um livro de magias necromantes, a runa negra da perdição e o texto a ser proferido para libertar a criatura.

Alerto-vos, porém, que as escrituras de Mondaim estão incompletas, a página que narrava como aprisionar a criatura foi retirada, portanto uma vez libertada não sei como aprisioná-la novamente, se é que ela pode ser aprisionada. Amanha irei a vosso encontro para que possamos libertá-la e conquistar o mundo.

Mensagem de Lord Pildar para os Cenobitas
Mandai mensageiros e anunciai em toda Britania, fazendo ouvir e arvorando meu estandarte. Dizei: “Tomada será a antiga Sosaria, Blackthorn está abatido e British desaparecido para sempre nas profundezas da terra”. “Suas imagens estão cobertas de vergonha porque tremeram com a simples menção do retorno do Supremo Evil”;
Diga que “do além mar surgiu um novo rei, que tornará deserta as suas terras caso não lhe devotem suas vidas. Dizei ainda que eu, Lord Pildar, controlo a mais poderosa das criaturas, da qual homens, animais e bestas fogem em desespero”;
Àqueles que ainda não me aceitarem como Rei diga que “iniciai a fuga, salvai vossas vidas, ainda que venhas a ser como o arbusto solitário no deserto; Pois virá o destruidor sobre cada uma das cidades e nenhuma escapará, perecerá o vale, se destruirá a campina e montanhas virarão pó; Sim, ele virá e de nada adiantará preparar o escudo e as armas para enfrentá-lo”. Então lhes digam que “sejam sensatos, seleis os cavalos e apresentem-se com lanças e elmos polidos, vestidos de couraças para honrar meu estandarte”;
E a vós, aliados cenobitas, estrondeai e avançai, saiam ó valentes para a sua luta final e os que manejam e entesam o arco alvejai-lo para ao meu comando marcharmos sobre as cidades de Britania, escoltados pela tenebrosa criatura. A vitória é certa.

E aos infortunados cenobitas que ainda duvidam de meu poder; parai e voltai tua espada para a bainha, aquieta-te e parai com planos de sabotagem, ou preparai-te para ele.

Carta do Conselho de Britain ao Povo
Cidadãos de todas as cidades e regiões.
Há quatro dias atrás houve a maior batalha de todos os tempos. Aparentemente o exército inimigo e a criatura foram derrotados, mas pagamos muito caro por isso. Lord Dupre retornou a Britain com um pequeno grupo de guerreiros, tudo o que sobrou do exército de nosso Rei e de Lord Blackthorn.

Segue abaixo a narrativa de Lord Dupre :

“Nos marchamos de encontro ao inimigo ao nosso lado o traiçoeiro Lord Blackthorn e seu exército de seguidores. Chegando ao local um medo aflorou de nosso corpo, a luta já estaria perdida antes mesmo de começar, legiões de criaturas malignas, orcs, trolls, gárgulas, demônios e outras que pareciam ter vindo direto do inferno. A batalha teve inicio, nossos guerreiros lutavam bravamente , virtuosos como são. Nossas espadas e arcos trucidavam orcs, trolls e as gárgulas, mas os demônios desconhecidos eram imunes aos nossos golpes, apenas nossos poderosos magos treinados por Eldritch conseguiam com suas magias tirar-lhes a vida. Olhando aquilo pensei o que seria de nós quando a criatura suprema se apresentasse para o confronto. Alguns instantes depois vimos a criatura surgir , emanava uma áurea negra, putrefata e nem mesmo nossos magos conseguiam derrotá-la. Lord British juntou alguns homens e marchou em direção à criatura.

Lord British lutando bravamente parecia renascer e apesar de não conseguir ferir a criatura não se dava por vencido. O último General pessoalmente apresentou-se com mais bestas e diante de tanto poder nossos homens foram encurralados e aprisionados. Lord British e eu também fomos feitos prisioneiros. Lord Pildar gargalhava diante de sua vitória, enquanto redigia uma carta ali mesmo no campo de batalha, o destinatário jamais saberei quem era. Lord Pildar determinou que Lord British se ajoelhasse e pedisse clemência e diante da recusa do nosso rei, o general inimigo desferiu-lhe um golpe com sua espada e assim vi Lord British cair por terra. Nesse momento eis que surge Lord Blackthorn, havia me esquecido dele e não o vi durante toda a batalha. Uma luz forte vinda das mãos de Blackthorn cegou-me durante um tempo e a ultima coisa que vi foi Blackthorn com uma espécie de vaso não mão, acordei não sei quanto tempo depois, mais nenhum deles estava mais lá. Apenas corpos, tanto de nossos homens, como das criaturas inimigas; Parecia que alguma força impiedosa derrotara todo o poderoso exército de Lord Pildar. Até mesmo a criatura havia desaparecido. Mas não havia ninguém ali para explicar o que aconteceu, poucos homens sobreviveram e não se recordavam de nada; Procurei pelos corpos de Lord British e Lord Blackthorn mas não os encontrei, assim como também não vi o corpo de Lord Pildar. Ainda tenho esperanças de que Lord British esteja bem, reunirei um novo grupo e iniciarei as buscas. Mas uma coisa é certa Blackthorn tentou trair-nos, pois no campo de batalha encontrei uma carta sua dirigida a seus seguidores, carta esta entrega ao conselho de Britain”.

Até o momento caros cidadãos, isso é tudo o que nós sabemos. Esperamos que o mago Eldritch retorne de seu desafio junto a esfinge, talvez ele conhece algo sobre esse estranho Jarro de Heimdall que Lord Blackthorne aparentemente empunhou e o que aconteceu com nosso Rei e todo seu exército.
Ouvimos boatos trazidos por viajantes que Lord Pildar derrotou nossos exércitos e cobra-nos obediência em troca de nossas vidas. Mas como Lord Dupre relatou talvez até mesmo o Generel Pildar esteja morto. Aguardaremos os novos acontecimentos.
Por último informamos que nosso exército encontra-se bastante enfraquecido e conforme determinação deixada por Lord British o conselho não poderá ausentar-se de Britain, as demais cidades serão governadas por um prefeito local indicado pelos moradores da cidade e terão soberania até o retorno do rei ou a reformulação do reino e seu exercito.
Esperamos reportar boas noticias em breve.
Atenciosamente, o Conselho de Britain.

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